Ao
longo de minha vida, tive o coração tocado por inúmeros escritores e
profissionais da música, cujas criações me arrancam suspiros de admiração até
hoje. A primeira delas foi J. K. Rowling, autora da série Harry Potter e a
grande responsável por minha paixão literária. Os livros de Rowling acessaram
cantos de minha alma que permaneciam obscuros e intocáveis. A história de um garoto
órfão que descobre que é um bruxo não somente me entreteve, como também
escancarou uma grande cratera nas barreiras que mantinham minha imaginação
guardada, fazendo-a jorrar de maneira incontrolável e viciante. “Harry Potter e
a Câmara Secreta” foi o primeiro livro com mais de 100 páginas que li e a primeira
vez em que descobri ser possível viajar e viver outra vida através de simples
folhas de papel e tinta. Hoje, J. K. Rowling me é uma deusa nórdica, uma Musa
grega e um anjo cristão. Tudo aquilo que sonho me tornar teve, algum dia, suas
bases nessa escritora.
No
campo da música, minhas inspirações na infância foram extremamente pobres.
Gostava de músicas apenas por gostar, sem ter um motivo específico para isso.
Entretanto, meus gostos atuais são, felizmente, um pouco complexos. Minha
seleção de músicas se resume a melodias que possam abrir minha mente e me fazer
voar, quase como nos livros. O som da banda Florence and the Machine, por exemplo,
me faz querer dançar, me dá coragem e inspiração, quase como se soprasse um fantasma
em meus pulmões. A voz de Florence Welch, a vocalista, me eleva às alturas sem
que eu precise de asas, faz minha pequena chama de existência brilhar como uma
grande fogueira, como uma estrela jovem e ascendente. Músicas como “Cosmic Love”
e “Drumming Song” me fazem ter vontade de pegar uma garota pela cintura e
fazê-la bailar, fazê-la esvoaçar seu vestido de um lado para o outro, fazê-la
ter vontade de cantar, ter vontade de amar. Fazê-la me amar. Já “Breath of Life”
me preenche de uma inexplicável bravura. O som épico da música me traz as
nítidas sensações de pegar o punho de uma espada e lutar, banhar o solo com o
sangue quente do inimigo e defender aquilo que amo sem qualquer temor ou
receio.
Nos
livros, são Rowling, Tolkien, Lewis, Martin, Sartre, Jorge Amado e Eduardo
Spohr. Na música, são Florence and the Machine, Kelly Clarkson, Lea Michele e
Adele. Todas essas personalidades me inspiram, me incentivam a viver e a buscar
meus sonhos quase impossíveis. Meu coração foi tocado por elas de maneira
única, como as mãos de um anjo poderiam envolver minha alma. Um dia, quando
todos já estiverem mortos, sendo que alguns já estão, eles ainda terão vida em
meu coração, seja em seus livros, seja em suas músicas, seja em suas vozes.
Porque eles irão viver para sempre nesse mundo, uma vez que sua alma permanece
intacta em suas obras e no coração das pessoas que tiveram acesso a elas.
É
por isso que meu sonho não é somente ser um escritor famoso, como a Stephanie
Meyer. Quero que meus livros possam inspirar as pessoas a continuar vivendo,
possa ajudá-las a encontrar seus próprios sonhos ou a si mesmas. Quero que meus
livros tirem as almas brilhantes dos seres humanos da nebulosa e espessa
escuridão da ignorância. Um dia, sonho em saber que alguém leu meus escritos
com um suspiro, um lágrima a escorrer lentamente pelo rosto, um sorriso jovial
a marcar a o mundo, uma chama de determinação a brilhar por entre as dúvidas
existenciais.
Sonho
em ser um modelo a se seguir, uma pessoa cuja história possa oferecer lições,
um homem sem arrependimentos, sem medo de temer, bravo ao viver. Quero tocar
corações, mudar opiniões. Quero ser uma desculpa para reflexões.
Um
dia, deixarei para trás não apenas meus livros. Deixarei para trás fragmentos
valiosos e únicos de minha alma, como uma herança cultural para a História.
Sem
mais delongas, eis uma música que traduz todo esse sonho.
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